Sónia Coelho, especialista em Comunicação Humana, a sua empresa é a +expressão, lida com todo o tipo de pessoas de forma a treina-las a ter uma melhor postura e maior presença na sua própria vida, de certa forma "dá vida" a alguns aspectos escondidos.
1 – Como
começou o seu interesse na área de Comunicação Humana?
De forma mais incisiva com a minha formação em Terapia da
fala e de seguida com o mestrado na mesma área, no Brasil. É uma área ampla,
diferente do que as pessoas pensam. Não lidamos somente com perturbações ou
patologias da fala. Lidamos com a Comunicação como um todo, por meio da
linguagem, da fala, da voz, da face e dos gestos, enfim, do corpo todo.
Exatamente por ser transdisciplinar e envolver aspetos das áreas das ciências
médicas e humanas e, que têm a ver com a minha própria formação e história de
vida, é que encontrei na comunicação, a minha realização. Sou apaixonada pela
voz e pelo mistério da linguagem corporal. Amo comunicar e ver o outro sentir o
que diz e dizer o que sente!
2 – Pensa que a comunicação humana ainda é menosprezada
na sociedade portuguesa?
Não digo menosprezada, mas pouco divulgada, valorizada e
conhecida. As pessoas não se dão conta de algo que é natural, mas que pode
causar impactos variados, seja pela positiva como pela negativa. Considerando
que mais de 80% da comunicação é não verbal, isto é, compreendida pelas nuances
da voz e do corpo, dominar esses aspetos é fundamental para qualquer pessoa que
faça uso da comunicação e o queira fazer de forma eficaz, seja no âmbito
pessoal, como profissional. Não é possível, não comunicar e isso tudo faz parte
do processo. Há muito mais além da palavra: simbolismos e significados,
presentes também na voz e no corpo e, que juntos devem ser coerentes com as
nossas ideias e sentimentos.
3 – Na sua área é possível conhecer todo o tipo de
pessoas, é necessário conhecer primeiro a pessoa para a treinar a nível de
Comunicacional?
Certamente que ao avaliar e fazer um diagnóstico, obtemos
perfis e outras informações imprescindíveis para o trabalho: contexto,
necessidades, saúde, profissão, estilo de vida, personalidade, etc. Estabelecem-se
metas por meio de um plano de trabalho com base científica: sensibilização,
consciencialização, perceção, treino e automatização e, o trabalho com
comportamentos e hábitos. Além de mostrar o que está bom e menos bom,
trabalha-se o como, isto é, o que pode ser feito para melhorar, tornando a
comunicação mais expressiva. Existem métodos, técnicas, exercícios, que só um
especialista com formação sólida é capaz de auxiliar, mas é preciso conhecê-los
e esse é o diferencial. Não basta dizer, é necessário trabalhar e propiciar
resultados visíveis e audíveis.
4 – Quais são as suas espectativas a nível profissional a
curto e longo prazo?
A curto prazo pretendo divulgar esse trabalho por meio de
seminários e workshops para despertar nas pessoas a sua importância e
desmistificar preconceitos nessa área. A longo prazo quero continuar a realizar
a consultoria, a assessoria e as formações e, que as pessoas estejam mais
interessadas pela sua importância, pois existe resultados com credibilidade
científica na área. Gostava que nas faculdades fosse implementada uma cadeira
nessa área ou ao menos cursos de extensão, como ocorre no Brasil, pois a
competência comunicacional é uma das competências exigidas e cada vez mais
requisitada atualmente. Eu acredito nas pessoas, pois o meu trabalho é para
elas. Sei que posso ajudá-las em algo que é próprio do ser humano: Comunicar.
Porque o pior que pode acontecer para um ser humano é não poder comunicar. Amo
o que faço e tento a cada dia ser mais aplicada nisso, pois é um dever para com
o outro. O conhecimento não tem sentido se não for partilhado e senão servir
para o bem do outro. O que eu espero? Sinceramente, eu espero ver o sorriso na
face das pessoas e ouvir uma voz de alegria. É isso que me faz feliz, é essa a
minha missão e da minha empresa, +expressão by Sonia Coelho.
5 – Qual é a sua opinião sobre o facto de que hoje em dia
muita gente utiliza as técnicas de comunicação para fins menos corretos?
Isso é como tudo e posso dar exemplos: o problema não são
as redes sociais, mas o uso que se faz delas. Eu também posso ter um carro, mas
posso transformá-lo em uma arma. Não trabalho o caráter, a índole ou a personalidade
das pessoas, mas a estética da comunicação. O que cada um faz com o
conhecimento que adquire é da sua própria responsabilidade. Ética profissional
é tudo em qualquer profissão e para mim é fulcral.
6 – No seu dia-a-dia, dá por si a avaliar o movimento das
pessoas com que lida no seu quotidiano?
Se eu fizesse isso, enlouqueceria. Óbvio que o que é
latente todos nós somos capazes de observar, mas a ética profissional é algo
que norteia o meu trabalho e estar em ambiente profissional é diferente, do
informal. Na verdade, eu busco e permito que aflore o melhor que a pessoa
possui, preservando a sua identidade. A espontaneidade e a naturalidade devem
sempre sobressair. O meu papel não é “mecanizar” pessoas, mas se existem barreiras
que possam causar ruídos na comunicação, eu auxilio na sua perceção e ajuste
para excelência. Por exemplo, um gesto repetitivo ou incoerente, um tique, um
vício da linguagem, uma voz pouco enfática ou com uma ressonância desajustada
(voz nasalizada), são aspetos que podem ser trabalhados. A comunicação é um via
de mão dupla e o resultado final é o outro, para quem comunicamos. Por isso devemos
buscar uma comunicação eficaz, assertiva e credível.
7 – Onde
podemos encontrar a Sónia caso queiramos ser treinados por si?
Como disse o
trabalho é mais amplo, o treino é só uma parte. Estou no Porto, mas tenho
gabinete também em Lisboa. Por meio do site da minha empresa +expressão by
Sonia Coelho (www.maisexpressao.info), tenho contactos de e-mail e telefone,
onde as pessoas podem me encontrar.
Um agradecimento especial à Sónia Coelho pelo tempo disponibilizado e pela sua generosidade em ceder todo o seu talento e conhecimento!
Obrigada pela entrevista!
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