sexta-feira, 3 de abril de 2015

Entrevista a Hugo Sousa - Comunicação na Comédia

Hugo Sousa é comediante, um português conhecido por muitos como excêntrico e diferente, utiliza os vários tipos de comédia, como por exemplo, a critica social e a auto-critica. Utiliza as redes sociais como uma reaproximação do seu público, fazendo alguns vídeos mesmo a partir do seu telemóvel ou outros já mais elaborados. Marca presença em alguns programas de humor onde deixa sempre a sua marca, um comediante a seguir e sem dúvida a aprender.








1 – No seu percurso como comediante o que pensa da comédia atual em Portugal?

Estamos a viver um período interessante em que há uma grande procura de comédia por parte do público (tanto dos espetáculos ao vivo como na internet) mas há muita pouca oferta na televisão. Nos 4 canais não há programas de humor e quanto à cabo, salvam-se a Sic Radical, o canal Q e pouco mais. Numa época em que há dezenas de comediantes com sucesso e um grande número de seguidores é estranho não haver uma aposta por parte das direções de programas neste género. A única justificação que encontro é alguns diretores de programas terem medo de apostar no humor e serem mariquinhas (e com este comentário acabei com a minha carreira).

2 – Quem era/é o seu Ídolo?

Tenho muitos ídolos/referencias na comédia.
Estrangeiros: Eddie Murphy, Richard Pryor, Jerry Seinfeld, Jim Jefferies, Louis CK, Bill Cosby (violações à parte), Eddie Izzard, entre outros. É impossível limitar a meia dúzia de nomes.
 Portugueses: Uma mão cheia mas não vou dizer os nomes porque senão os outros ficam chateados comigo.

3 – Que tipo de comédia mais gosta de trabalhar?

A comédia stand-up claro! Mas também  gosto muito do formato de sketches e de vídeos caseiros que ponho no Facebook e YouTube.

4 – Como se comunica através da comédia?

A comédia é uma fantástica forma de comunicação. É uma comunicação fora da caixa que tem um poder inigualável. Consegue abanar temas tabu de uma forma única. E um pormenor importante: muitas vezes uma piada é confundida com a opinião/convicção do humorista e pode não o ser de todo. Para o humorista é simplesmente uma piada, pode refletir a sua opinião ou não. 

5 – A crítica á sociedade sempre foi um dos motivos pelos quais fez rir os seus seguidores, tem algum projeto preparado para o Futuro?

O meu principal projeto é trabalhar os meios que estão ao meu alcance e que só dependem de mim, ou seja, os espetáculos ao vivo e redes sociais. Quanto ao resto vamos indo e vamos vendo.

6 – Sendo o seu principal objetivo fazer rir as pessoas, qual é a maior entrave ao sucesso desse mesmo trabalho?

O que é mais difícil é sempre a parte mais básica da coisa que é escrever piadas e criar humor. É o que dá mais trabalho e que obriga o humorista a sofrer. Se o objetivo de fazer piadas boas for alcançado o resto aparece de forma natural.

7 – Sempre soube que queria ser comediante?


Não porque quando era pequeno só o Herman e mais 2 ou 3 é que viviam do humor. Era uma hipótese que nem sequer estava em cima da mesa mas sempre fiquei fascinado com a arte de fazer rir. Lembro-me, com os meus 7, 8 anos de me rir com uma piada e depois ficar a pensar no porquê de me rir com aquilo. Pode-se dizer que tentei fazer uma análise relativamente aprofundada à piada e à reação que provocou em mim. Foi a primeira vez que vi o meu lado neurótico a trabalhar. A segunda foi na adolescência quando vi as mamas da Sabrina na tv.


Um agradecimento ao Hugo Sousa pela sua disponibilidade em responder a todas estas perguntas!

Deixo também a sua página para seguirem o seu trabalho 

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