segunda-feira, 23 de março de 2015

Entrevista a Jorge Freitas


Jorge Freitas é um comunicador nato, Formador de comunicação ,Força motivacional e Treino de alta performance em comunicação.
Licenciado em Ciências da comunicação, várias especializações em Comunicação e Protocolo. Entre muitas outras qualidades e experiências, Jorge Freitas utiliza os canais de comunicação para treinar políticos, apresentadores entre outros.

Presenciei uma das suas palestras e fiquei maravilhado com a expressividade e tema que abordou, deste modo decidi entrevista-lo para conhecer um pouco mais sobre o seu trabalho e opinião. 

O seu último livro de seu nome "Onde está o seu carisma?" tem esgotado , aproveitem, comprem e leiam o livro, cada ensinamento é uma mais valia para cada um de nós na nossa vida!








O que o levou a estudar o Carisma?

Talvez esta palavra seja a mais difícil de definir no dicionário… eu trabalho com políticos há vários anos na área da assessoria de imagem e de comunicação principalmente em períodos de campanhas eleitorais. Sou muitas vezes confrontado com políticos não carismáticos e a dada altura tive necessidade de entrar por esse caminho. Descobrir como desenvolver carisma foi uma das minhas inquietações profissionais. É certo que é mais difícil provocar o desenvolver carisma nos outros do que provocar o desenvolvimento de técnicas de comunicação em público nos outros.

Na sua opinião, como define Carisma?

É um conjunto de magias… a magia da comunicação do nosso corpo, a magia de sermos quem somos e por fim a magia que cada um porta em termos de atracção.
A palavra carisma ao longo da história tem tido várias denotações e conotações também.  Hoje está já ultrapassada a ideia de que uma pessoa carismática era alguém tocada pelo divino, ora este pressuposto pouco democrático, foi abandonado, surgindo estudos que revelam claramente que qualquer pessoa tem a capacidade de desenvolver carisma, deixando assim de lado a ideia de que só alguns conseguiam tal característica.

Segundo a sua experiência profissional e humana pensa que o tema Carisma é pouco aproveitado ou mal trabalhado no nosso país?

Dada a sua subjectividade creio que realmente o tema não seja fácil de ser trabalhado pelos especialistas na área comportamental, mas a partir do momento em que se entra nos meandros do carisma, não mais se para no estudo e investigação, porque no fundo é o estudo mais puro do relacionamento humano e interpessoal. A história da humanidade é feita de carisma, o carisma dos líderes que influenciaram os outros, que convenceram multidões a seguir determinados caminhos. Em tempos mais remotos a importância que o carisma dos chefes tribais tinha nos destinos e decisões tomadas por uma determinada população. O carisma que génios humanos tinham em passar conhecimento e provocar sabedoria. O carisma de figuras históricas que moldaram todas a história da humanidade. O carisma de Júlio César, Jesus Cristo, Joana d´Arc, Napoleão, Hitler, Gandhi, Churchill, entre tantos outros, que motivaram pessoas, influenciaram comportamentos, no fundo deram rumo à história, uns por motivos menos nobres outros seguramente por causas que ainda hoje as defendemos. O carisma e a intrínseca capacidade de influenciar os outros são armas poderosíssimas de um timoneiro. Durante muito tempo uns apenas remavam e outros apenas lideravam, hoje a boa notícia, divulgada no meu livro, é que os que sempre remaram, também podem liderar e chegar a timoneiros.

O Carisma de uma pessoa pode ser identificado através da escrita?

Claro que sim, há discursos extraordinários que nos fazem reconhecer carisma através das palavras de quem as escreve. Os heterónimos de Fernando Pessoa tinham diferentes carismas uns dos outros. A escrita revela a alma e como tal está sujeita ao reconhecimento de carisma.
Através da escrita podemos chegar ao âmago do seu autor.

O Seu novo livro “Onde está o seu Carisma” tem “voado” das livrarias, pensa que isto é um sinal que as pessoas estão cada vez mais inseguras de si mesmas em relação a este assunto?

A humanidade sempre teve receios e inseguranças, faz parte da história, está na génese.
O ser humano julga que no nosso tempo é que as coisas são “mais” diferentes, do que no passado, mas daqui a 50 anos as inquietações da humanidade continuarão a existir. Os sentimentos e emoções serão exatamente as mesmas. Não estamos mais inquietos do que os nossos avós estavam há muitos anos. A insegurança nasce connosco no primeiro choro no nosso berço e vai acompanhar-nos toda a vida. Os factores ambientais, externos, políticos, sociais, tecnológicos é que vão mudando de figura.
O livro ajuda-nos a descobrir que podemos desenvolver carisma em qualquer fase da nossa vida mesmo quando nos sentimos mais seguros de nós próprios.

Pensa escrever outro livro brevemente sobre este ou outro assunto relacionado?

Sim já estou a trabalhar no meu terceiro livro, tendo como principal personagem o ser humano e a forma como este se relaciona com os outros e como o mundo. O estudo do comportamento humano é um autêntico labirinto, a partir do momento em que se entra nele, não se quer nunca encontrar a saída, apenas se desejam pistas… para a felicidade de se viver dentro do labirinto a vida toda.

Um agradecimento especial ao Senhor Jorge Freitas pelo tempo despendido para responder a todas estas questões!



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